Os principais funcionários que estão sendo retirados são aposentados e com função incorporada
Desde a última sexta-feira (04), os empregados das agências Caixa de todo o país estão insatisfeitos com a instituição. Realizando uma reestruturação, a empresa está remanejando empregados com função incorporada ou aposentados pelo INSS, Instituto Nacional do Seguro Social, sem nenhum tipo de aviso, negociação ou documentação formalizando as mudanças, causando pânico e decepção entre os empregados.
O presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, chama as medidas tomadas pela Caixa de desrespeito aos funcionários. “É uma gestão desumana, que não respeita as pessoas e as suas histórias, e não negocia com os trabalhadores. As pessoas estão sendo transferidas sumariamente, sem nenhuma negociação. O único interesse é que elas entrem no PDV,. Precisamos de mais contratações. O déficit de empregados já atingiu 19 mil e pode aumentar com a reabertura do PDV”, afirmou Takemoto.
Um ofício, com as denúncias e demonstrando preocupação com as ações da empresa, foi encaminhado para o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e também, para a Gerência Nacional de Relações Trabalhistas (Geret). O documento foi enviado pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) por meio da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Além disso, o ofício ainda aponta o tempo exíguo para opção do novo local de trabalho, bem como questiona os critérios discriminatórios do “público-alvo” e a falta de transparência. No documento, a CEE cobra a suspensão do processo de transferências e o estabelecimento de uma mesa de negociação para debater os impactos da reestruturação e os impactos na vida funcional dos empregados.
A coordenadora da CEE/Caxa, Fabiana Uehara Proscholdt, afirmou que essas mudanças repentinas e transferências sem aviso são prejudiciais para a vida funcional dos empregados da instituição. “A direção da Caixa desrespeita os empregados com essa medida. Não há transparência nas tomadas de decisões da empresa e não há negociações. A gestão prejudica a vida funcional dos trabalhadores e agrava ainda mais as condições de trabalho dos colegas que estão cansados devido as jornadas intensas e metas abusivas.”, destacou.
Outra questão levantada pela CEE é a formalização das medidas que prejudica altamente as relações de trabalho na empresa. “É importante que toda alteração na vida funcional seja documentada, para que o empregado não tenha problemas futuramente. A Caixa não pode ser administrada de uma forma que, posteriormente, o presidente da empresa diga que não sabia que empregados eram transferidos sumariamente. Uma das bases nas instituições financeiras é a formalização dos processos, e com transferências de empregados entre as unidades não pode ser diferente”, reforçou o diretor-presidente da Apcef/SP e membro da CEE/Caixa, Leonardo Quadros.
A representante dos trabalhadores da Caixa no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, também alerta para que os empregados não aceitem as mudanças caso elas não estejam documentadas. “Nós não temos que aceitar pressão para sair no PDV. O PDV, como o nome diz, é voluntário. E tem que ter documento solicitando a transferência, dizendo para onde o empregado vai. A mudança deveria ser negociada, para não piorar as condições de vida e trabalho das pessoas”.
De acordo com a Caixa, o objetivo é reduzir a falta de trabalhadores nas agências, mesmo que estejam sempre enfatizando a necessidade de novas contratações. Até o final deste ano, o banco perdeu 19 mil trabalhadores e essa queda pode aumentar ainda mais. A instituição ainda não se pronunciou sobre o problema relatado.
Departamento de comunição da APCEF/MG
Com informações da Fenae