Sindicato protocolou ofícios pedindo reunião com superintendência do banco em Porto Alegre para falar também sobre prática de ranqueamento paralelo
Após graves denúncias de assédio moral na Caixa, o SindBancários protocolou na manhã desta sexta-feira (7/10) um ofício na Superintendência Regional, em Porto Alegre, pelo qual solicita uma reunião com o banco e providências imediatas sobre os relatos.
O sindicato recebeu dezenas de denúncias de assédio moral, pelas quais os colegas apontam uma prática institucionalizada de gestão violenta, com assédio moral, cobranças excessivas e agressivas, uso de linguagem de baixo calão, ameaças, discursos com conotação sexista e homofóbicas, além de outras condutas incompatíveis com a postura esperada de gestores. Há inclusive, indícios de assédio sexual.
Para a diretora Caroline Heidner, que também é funcionária da Caixa, “as denúncias recebidas até agora são estarrecedoras pela violência sistemática que os colegas vêm sofrendo”. Certamente, aponta, “ainda há muitos colegas que não falaram por medo de retaliação. O sindicato garante sigilo, respaldo jurídico e psicológico para todos os que sofreram ou presenciaram situações de assédio. Chegou a hora de colocarmos um ponto final neste capítulo vergonhoso da Caixa. Denunciem!”.
Funcionários podem denunciar em anonimato
Com 40 anos de Caixa, a diretora Maristela Rocha, reconheceu a gravidade da situação afirmando que “nem na era FHC, com a forte pressão pela privatização da Caixa, vimos tanto descaso por parte dos gestores”. Hoje, reflete Maristela, tratam xingamentos e gritarias como algo “normal”; não podemos normalizar constrangimentos e humilhações, crises de pânico, ansiedade, adoecimento físico e psíquico”.
O diretor Tiago Vasconcellos completou ressaltando que “sentir-se acuado não é normal, viver à base de medicamentos não é normal, chorar no banheiro não é normal. O assédio como ferramenta de gestão não é nada normal, pelo contrário, é ilegal”, disse. O sindicato, reforçou o diretor, “está preparado para acolher as vítimas e testemunhas com sigilo e discrição. Juntos vamos enfrentar todos os abusos e acabar com as péssimas condições de trabalho que enfrentamos neste momento.”
Ranqueamento paralelo
O SindBancários também protocolou um segundo ofício na Caixa a respeito de ranqueamento paralelo, prática também denunciada ao sindicato por funcionários.
Os relatos apontam a criação de um ranking com identificação de empregados e registro de seus respectivos resultados de venda, cujo conteúdo é usado para coação por maior produtividade. As denúncias ainda revelam a exposição das vendas em grupos e a sistemática cobrança de resultados por mensagens de WhatsApp pessoal.
O ofício destaca que o ranqueamento individual é uma prática vedada pela Convenção Coletiva de Trabalho, na cláusula 39.
Fonte: Fenae, com informações da Imprensa Sindbancários