Plenária debateu os desafios para manter o Saúde Caixa financeiramente viável

Por Douglas Alexandre

Convidado para o debate, o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, falou sobre a urgência da conscientização e união dos empregados para garantir o plano de saúde para todos

Mobilização urgente pela existência do Saúde Caixa sustentável e financeiramente viável para todos os empregados do banco. Esta foi a mensagem da plenária virtual realizada pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE) nesta terça-feira (10).

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, e a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, foram os convidados para informar sobre a situação do plano e o andamento das negociações com o banco para a renovação do acordo coletivo.

“Teremos uma negociação difícil pela frente porque ainda há quem enxergue o plano de saúde e previdência como benefícios, não como direitos. Nossa luta é para que a Caixa reconheça esses direitos como política de valorização dos empregados. E esse deve ser o direito de todos os trabalhadores”, destacou Sergio Takemoto.

Fabiana Proscholdt falou sobre as atuais condições do plano e o andamento das negociações com a Caixa. “A situação é crítica. Precisamos mais do que nunca mobilizar os empregados. Estamos debatendo com a Caixa a melhoria da qualidade do plano, mas a principal discussão é sobre o custeio. De acordo com projeções do banco, em menos de cinco anos, o valor da contribuição dos empregados vai dobrar”, explicou.

Segundo a coordenadora, a limitação do custeio da Caixa em 6,5% da folha de pagamentos e proventos, conforme estipulado no estatuto do banco, torna a participação da empresa inferior aos 70% do modelo atual (70%/30%), transferindo custos para os empregados. Com a implementação desse limite, a Caixa prevê um aumento médio de 85% nas mensalidades do plano até 2024 e 107% até 2025, em relação aos percentuais atuais de mensalidades.

“Entendemos que nosso plano é uma conquista histórica e, por isso, deve ser uma política de RH da Caixa para valorizar os empregados da ativa e os aposentados, que tanto contribuíram para o crescimento do banco e a conquista de um plano de saúde para todos”, destacou a coordenadora. Ela ressaltou que outra reinvindicação é para que a Caixa custeie integralmente as despesas administrativas.

Histórico – Takemoto lembrou a luta para a conquista do Saúde Caixa em 2004, durante o governo Lula, no formato em que 70% das despesas assistenciais são de responsabilidade da Caixa e 30% são custeados pelos empregados. “Era um governo que enxergava o plano de saúde e previdência como direitos dos trabalhadores e não como benefício. Isso durou até 2016, quando sofremos o golpe. Quem assumiu foi um governo neoliberal que buscava a privatização das empresas públicas. Para isso era preciso retirar os benefícios dos trabalhadores. Foi a partir daí que começaram os ataques ao Saúde Caixa e à Funcef, no caso dos empregados da Caixa”, observou.

Foi assim durante a negociação de 2021, em um governo e uma direção do banco que atacavam os direitos dos trabalhadores. Neste cenário, a CGPAR 23, que representava o fim do Saúde Caixa para boa parte dos trabalhadores, era a ferramenta de ameaça do banco para impor condições ruins ao plano, como o limite de 6,5% da folha de pagamentos e proventos e até a paridade no custeio do Saúde Caixa. Para avançar nas discussões, manter o modelo de custeio e garantir o plano de saúde para os empregados admitidos após agosto de 2018, a limitação foi incluída no acordo.

“Resistimos e conseguimos manter o custeio. Os trabalhadores da Petrobras e dos Correios não tiveram o mesmo resultado, infelizmente. Hoje o modelo de custeio da Petrobras é 60%/40% e nos Correios é paritário, com 50% do plano custeados pelos funcionários e 50% pela empresa”, observou Takemoto.

Resistência – Para o diretor de Administração e Finanças da Fenae, Marcos Saraiva, a união dos empregados é fundamental para manter os direitos conquistados. “Nós estamos tratando de direitos previstos no contrato de trabalho assinado pelos trabalhadores com a Caixa. Plano de saúde, previdência, bem como as questões salariais e férias já estavam previstos no contrato. Agora, além de adoecer os empregados, a Caixa quer jogar um custo muito alto na conta dos seus trabalhadores”, disse.

Marcos Saraiva também destacou a urgência da mobilização e união dos empregados para manter as premissas fundamentais do plano, como a solidariedade e o pacto intergeracional. “Precisamos resistir e a resistência consiste em não aceitar essa divisão que a Caixa quer patrocinar entre os empregados mais jovens e os já aposentados”, alertou.

O presidente da Fetrafi/NE, Carlos Eduardo Bezerra Marques, que conduziu o debate, encerrou a plenária convocando os trabalhadores para a mobilização. “Nosso trabalho é reconstruir o que foi destruído desde 2016. E reconstruir é um trabalho de todos juntos. Para isso, vamos conversar com os trabalhadores e trabalhadoras, colegas da ativa, aposentados, entidades associativas e sindicais para nos unirmos na mobilização pelos nossos direitos”.

Dias de Luta – A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) orientou que todas as entidades que possuem unidades da Caixa em suas bases realizem Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa em duas ocasiões – nos dias 17 e 30 de outubro. Nestes dias serão realizadas atividades nas agências, departamentos do banco e nas redes sociais.

Informações retiradas na íntegra do site da Fenae

Gostou do post? compartilhe com seus amigos:

WhatsApp
Facebook
LinkedIn
Email
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *