O resultado reforça importância do banco para as políticas sociais do Brasil
O lucro líquido da Caixa Econômica Federal no primeiro trimestre de 2021 foi de R$ 4,6 bilhões, alta de 50,3% em relação ao mesmo período do ano passado e queda de 19,2% em relação ao trimestre anterior. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 16,33%.
“O lucro obtido pelo banco reforça a importância da Caixa para o Brasil e os brasileiros. Mas ao mesmo tempo, temos a direção do banco vendendo áreas lucrativas, a exemplo do IPO da Caixa Seguridade, em abril. A atuação do banco na pandemia tem sido essencial para socorrer as pessoas e as micro e pequenas empresas impactadas pela crise. O Brasil precisa de uma Caixa forte e presente”, avalia Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae).
O dirigente ressalta ainda que o desempenho favorável reflete o esforço dos empregados do banco, que têm atuado em condições precárias, com sobrecarga de trabalho e cobranças de metas desumanas, para atender serviços essenciais como o pagamento do auxílio emergencial e de outros benefícios.
A Caixa encerrou o 1º trimestre de 2021 com 81.876 empregados, com fechamento de 2.943 postos de trabalho em doze meses, influenciado pelo Programa de Desligamento Voluntário (PDV) lançado em novembro, que teve adesão de 2.113 empregados. De 2014, quando o número de empregados era de 101,5 mil até 2021, o déficit de trabalhadores é de aproximadamente 20 mil empregados. Por outro lado, o banco registrou incremento de aproximadamente 42,4 milhões de novos clientes.
“O maior absurdo é ver o presidente da Caixa se gabar que contratará até o fim do ano 2.766 novos empregados, sendo que precisamos de muito mais para atender à demanda. Ele deveria anunciar quantos bancários estão afastados por depressão, ansiedade, burnout e outras síndromes devido ao assédio absurdo imposto devido às metas desumanas”, ressalta a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.
Análise
Segundo a Caixa, o resultado no primeiro trimestre de 2021 foi impactado, principalmente, pelo valor recebido por parcerias privadas na área de seguridade, o que correspondeu ao montante de R$1, 5 bi do lucro de R$ 4,6 bilhões.
Segundo avaliação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), houve influência também da Carteira de Crédito Ampliada da Caixa, que apresentou alta de 14,3% em doze meses, totalizando R$ 799,6 bilhões.
As operações com pessoas físicas cresceram 12,5% no período, totalizando R$ 92,9 bilhões. No segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 89,5% em relação a março de 2020, totalizando R$ 72,5 bilhões, principalmente nas linhas para micro e pequenas empresas, com destaque para evolução de R$ 15,7 bilhões no PRONAMPE.
Com saldo de R$ 518,1 bilhões e participação de 64,8% na composição do crédito total, o crédito imobiliário cresceu 10,2%, em doze meses. As operações de saneamento e infraestrutura cresceram 8,3%, no período, totalizando R$ 91,7 bilhões. O crédito rural também cresceu 47,1%, totalizando R$ 8,7 bilhões em março de 2021. No primeiro trimestre, foram contratados, também, R$ 12,7 bilhões no Programa Casa Verde e Amarela, incluindo os subsídios, o equivalente a 84,1 mil novas unidades habitacionais.
As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias caíram 1,9% em doze meses, totalizando R$ 5,7 bilhões. A retração é explicada principalmente pelas reduções de 7,0% em conta corrente, de 25,1% em convênios e cobrança, de 3,8% em cartões de crédito e débito e de 7,2% em fundos de investimento.
Já as despesas de pessoal, considerando-se a PLR, cresceram 1,98% em doze meses, totalizando R$ 5,7 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 99,53% no trimestre.
Informações retiradas na íntegra do site da FENAE