Empregado Caixa, participe da “Pesquisa COVID-19 como doença relacionada ao trabalho”

Por Comunicação APCEF/MG

O levantamento sobre condições de trabalho durante a pandemia tem apoio da Fenae e de outras entidades associativas e sindicais

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e a Associação de Saúde Ambiental e Sustentabilidade (Asas) assinaram acordo de cooperação técnica para realização da Pesquisa “COVID-19 como uma doença relacionada ao trabalho” entre os empregados do banco público. O objetivo desse estudo é dar visibilidade a relação entre a atividade profissional e o adoecimento por Covid-19, tema que tem gerado dúvidas e polêmicas. 

“ Os empregados da Caixa, por conta do trabalho essencial que tem realizado desde o início da pandemia, estiveram mais expostos a contaminação. A participação de todos os trabalhadores é fundamental para que os pesquisadores contribuam com criação de projetos que possam melhorar as condições de trabalho no que se refere a prevenção da doença e reduzir suas consequências.”, destaca o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. 

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A pesquisa reúne profissionais renomados em Medicina do Trabalho, Saúde Pública e Saúde do Trabalhador. “Os participantes estão protegidos pelas normas sobre ética em pesquisa, incluindo o sigilo sobre a sua identidade”, explica Maria Maeno, médica e pesquisadora do Trabalho, Doutora em Saúde Pública pela USP, que faz parte do grupo de pesquisadores. 

Segundo a médica, o diagnóstico tem como principal objetivo tornar visíveis as condições de trabalho de quem trabalhou e trabalha presencialmente, incluído o transporte. “A voz dos trabalhadores tem que ser ouvida por todos. Eles têm que dar a sua narrativa de como trabalharam e trabalham, em quais momentos eles perceberam os perigos da doença, como foram as providências tomadas pelas empresas para que fossem protegidos”, acrescenta. 

Para os empregados da Caixa, Maria Maeno avalia que a pesquisa tem um peso maior. Por conta do trabalho essencial para pagamento do auxílio emergencial e de outros benefícios uma parcela desses trabalhadores manteve o trabalho presencial. “A pesquisa pode fundamentar a tese de que todos os trabalhadores que se expuseram ao vírus por causa do trabalho (saíram de casa ou trabalharam em casa junto com colegas) e tiveram Covid ou foram infectados, devem ter reconhecido o trabalho como causa presumida”, justifica a pesquisadora. 

O diretor da Região Sul da Fenae e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Dionísio Reis, lembra que é demanda do movimento associativo e sindical a abertura do CAT- Comunicado de Acidente de Trabalho, documento fundamental para proteger quem for infectado pelo novocoronavírus. 

“Nosso entendimento é de que a contaminação se dá por conta do trabalho e essa pesquisa vem discutir uma série de questões relevantes para os trabalhadores.  Por isso, a Fenae está apoiando esse projeto tão importante”, disse Dionísio Reis. 

Pesquisa

A pesquisa “Covid-19 como uma Doença Relacionada ao Trabalho” vai ouvir tanto os trabalhadores do mercado formal como informal. Além da Fenae, conta com parcerias com sindicatos de diversas categorias, entidades de pesquisa e movimentos sociais. 

A intenção é organizar um dossiê sobre os trabalhadores e a pandemia nos seus diversos aspectos, por meio de números, histórias de falecidos e sobreviventes, além de produzir um documentário. 

A expectativa dos pesquisadores é de que os dados levantados poderão ajudar na organização de ações de combate à doença, de promoção da saúde do trabalhador, além da busca pelos direitos dos trabalhadores, caso seja necessário.

O projeto tem a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) e o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas. 

Conheça os pesquisadoresCézar Akiyoshi Saito –

Cientista da computação/Universidade Federal do Pará (UFPA), pesquisador em Saúde do Trabalhador, com doutorado em Neurociências e Biologia Celular/UFPA.

Cristiane Queiroz Barbeiro Lima – Química, especialista em Ergonomia de sistemas de produção, com mestrado em Engenharia/Poli-USP, tecnologista aposentada da Fundacentro, pesquisadora em Saúde do Trabalhador.

Daniela Sanches Tavares – Psicóloga, com mestrado em Saúde Pública/FSP-USP, pesquisadora em Saúde do Trabalhador.

Ildeberto Muniz de Almeida-P rofessor assistente da Faculdade de Medicina de Botucatu/ UNESP. Um dos criadores do portal Fórum Acidentes do Trabalho.

José Carlos do Carmo – Médico pela Faculdade de Medicina -USP, especialista em medicina do trabalho, com mestrado em Saúde Pública/Faculdade de Saúde Pública-USP.

Maria Maeno – Médica pela Faculdade de Medicina-USP, pesquisadora em Saúde do Trabalhador, com doutorado em Saúde Pública/Faculdade de Saúde Pública-USP.

Rodolfo Andrade de Gouveia Vilela – Professor titular da Faculdade de Saúde Pública da USP.

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