Histórica, data de 17 de outubro foi dia Nacional em Defesa do Saúde Caixa

Por Douglas Alexandre

Objetivo dos atos foi protestar contra a postura intransigente do banco público, que insiste em empurrar os aumentos para os empregados

No Dia Nacional de Luta na Caixa Econômica Federal, realizado nesta terça-feira (17), as empregadas e os empregados do banco público se juntaram na defesa do Saúde Caixa, uma conquista histórica que resulta de um longo processo de mobilização e se consolidou como direito no Acordo Coletivo de Trabalho de 2004. 

A iniciativa, por convocação da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e de entidades sindicais e associativas, teve o objetivo de chamar a atenção sobre os riscos que o plano de saúde de autogestão por RH segue sofrendo.  

O ato de Brasília ocorreu em frente ao edifício-sede da Matriz I, a partir das 11h, e foi prestigiado por trabalhadores da ativa e aposentados, além de dirigentes sindicais e bancários de outras instituições financeiras públicas, a exemplo do Banco do Brasil. Na atividade do Distrito Federal, muitos trabalhadores usaram roupas de cor branca, para simbolizar a mobilização pela saúde, e alguns bateram o ponto com 6 minutos e 30 segundos de atraso, como forma de protesto contra os 6,5% da folha de pagamento como teto para a participação do banco no custeio do plano, previsto no estatuto desde 2017. 

No ato da Matriz I, a Fenae foi representada por Cardoso, vice-presidente. Para ele, a mobilização por um Saúde Caixa para todos e para todas é fundamental, cabendo aos trabalhadores continuarem a pressionar e a se organizar para assegurar melhorias no plano de saúde. “É preciso ir direto ao ponto: o Saúde Caixa opera como plano de autogestão por RH. Logo, é importante a Caixa ser mais responsável para viabilizá-lo de maneira mais sustentável. Também são urgentes a retirada do teto estatutário de 6,5% da folha de pagamento e a manutenção do modelo de custeio 70/30 da coparticipação (70% para o banco e 30% para os trabalhadores)”, reiterou. 

Cardoso disse ainda que as entidades representativas lutam para que o plano de saúde seja viável para todos os usuários, sejam da ativa ou aposentados, e considerou fundamental o fim da cobrança por faixa etária, cuja existência implode duas das principais premissas que sustentam até hoje o Saúde Caixa: o pacto intergeracional e a solidariedade. Ele defendeu também a melhoria e ampliação da rede credenciada. 

Segundo o vice-presidente da Fenae, o principal entrave nas negociações sobre o Saúde Caixa é a insistência do banco na manutenção do teto de 6,5% da folha de pagamento para reduzir percentual de custeio do plano de saúde. Esse “entulho autoritário” defendido pela empresa causa aumento médio de 85% nas contribuições dos empregados. Resultado direto disso será a expulsão compulsória de milhares de trabalhadoras e trabalhadores do plano de saúde, em sua maioria aposentados, a exemplo do que ocorreu em outras estatais que passaram por situações semelhantes de desmonte em passado recente.

Segundo Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e do Grupo de Trabalho Saúde Caixa, em meio às negociações para a renovação do acordo aditivo do plano de saúde, a realização de uma grande mobilização nacional aponta para a valorização e para o respeito aos direitos dos empregados. 

Pela Fenae, além de Cardoso, esteve presente ao ato de Brasília o diretor de Comunicação e Imprensa, Moacir Carneiro.  

Atividades Brasil afora 

No Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa, além das atividades de rua organizadas pelas entidades sindicais e associativas, foram realizadas ainda manifestações nas redes sociais e retardamento de abertura. Houve também tuitaço, onde os trabalhadores foram chamados a utilizar a hashtag #QueremosSaúdeCaixa, marcando o banco (@Caixa) em cada postagem. Muitos trabalhadores usaram roupas brancas, nas ações ocorridas nas agências e unidades do banco.  

Foto: Bahia (Contraf/CUT)

Outro Dia Nacional de Luta será realizado em 30 de outubro. A data é histórica para o pessoal do banco, pois em 30 de outubro de 1985 uma greve nacional parou a Caixa com praticamente 100% de adesão, garantindo assim o direito à sindicalização e à jornada de seis horas, implementada a partir de 1º de janeiro de 1987. O objetivo será o mesmo do ato que foi realizado neste dia 17: chamar a atenção sobre os riscos que o Saúde Caixa segue sofrendo.   

Foto: Santo André-SP (Contraf/CUT)

O aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho dos empregados da Caixa referente ao Saúde Caixa é válido até o fim de 2023. As negociações para a renovação do ACT foram deflagradas em junho.

Informações retiradas na íntegra, do site da Fenae

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