Ao discursar na cerimônia, o presidente Lula disse que a empresa será fundamental para construir uma nova narrativa no país, com o investimento no social, na educação e na saúde
Em concorrida cerimônia no início da noite de quinta-feira, 12, data que marca os 162 anos do banco, Rita Serrano tomou posse na Presidência da Caixa. Em seu discurso, a empregada de carreira, que foi diretora da Fenae e representante eleita dos empregados no Conselho de Administração da empresa, recebeu aplausos calorosos ao ressaltar que “a gestão pelo medo na Caixa acabou” e afirmar que os empregados “não fogem à luta” e vão ajudar a construir um novo Brasil.
Humanizar as relações de trabalho, após “avassaladora política” de assédio na gestão do último governo, é um dos compromissos assumidos por Rita. Reorganizar o banco para cumprir com excelência o gerenciamento de programas de transferência de renda e do Minha Casa Minha Vida, ampliar a parceria com estados e municípios para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura, promover a inclusão bancária, avançar em tecnologia para oferecer melhores serviços e atendimento à população, buscar a rentabilidade do negócio com equilíbrio entre as operações comerciais e ações de inclusão, investir em projetos culturais e atuar em temas relacionados a sustentabilidade, são outras das diretrizes estabelecidas pela presidenta.
Ela acredita que só seria possível o convite a uma militante, empregada de carreira há 33 anos e dedicada à defesa da Caixa e dos empregados em um governo ousado, comprometido com a democracia, a igualdade e a justiça social. Ela agradeceu a confiança e o apoio de Lula e afirmou: “Sei que a minha missão não será fácil, mas o desafio de modernizar o banco para ampliar sua atuação no sistema financeiro e na melhoria de vida da população é auspicioso.”
A nova presidenta afirmou que se hoje o Estado conta com um banco público do porte da Caixa foi porque ao longo dessa história, os empregados, entidades e movimentos organizados empunharam a bandeira de defesa do banco frente a tentativas de privatização. Rita foi empossada no cargo pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que destacou a importância da Caixa para que os brasileiros conquistem seus sonhos, lembrando do financiamento estudantil e do atendimento republicano da empresa a estados e municípios.
Fiel às suas origens, Rita Serrano encerrou seu discurso de posse lembrando que os empregados da Caixa já provaram ao longo da história que não fogem à luta. “É tempo de alegria, de reconstrução, de futuro. Juntos e unidos, olhando para frente é o que vamos fazer aqui no banco e contribuir para um novo Brasil”, finalizou sob fortes aplausos.
“Voltar a sorrir”
Falando de improviso, Lula parabenizou Rita Serrano e afirmou que a escolheu por sua história e referência e disse que espera que ela dedique à Presidência da Caixa como se dedicou como empregada e militante política em defesa da empresa. “O Brasil cansou de tristeza, cansou de muito ódio, de muitas raivas e ofensas, temos o direito de voltar a sorrir, voltar a ser mais feliz, viver de forma mais fraterna e democrática. A Caixa tem um papel extraordinário ao atender ao país, pude ver no Minha Casa Minha Vida” afirmou ele.
O presidente anunciou que ainda neste mês obras do programa iniciadas no governo Dilma serão retomadas e entregues. “Temos casas para inaugurar que começaram no governo Dilma e ficaram paradas depois. Começamos, deixamos pensando que os outros iam fazer, não fizeram, mas agora vamos inaugurar”, ressaltou.
Lula acredita que a empresa pode contribuir para construir uma narrativa diferente no país, onde os recursos destinados ao social, à saúde e à educação sejam vistos não como gastos, mas como investimento. Para essa missão, afirmou ter certeza de que poderá contar com a Caixa e seus empregados mais uma vez.
Presente à cerimônia, o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, considerou simbólico que a posse tenha sido realizada no dia em que se comemora os 162 do banco público: “Esperamos que realmente seja o início de uma nova Caixa para um novo Brasil, porque os empregados e a empresa merecem respeito e o Brasil precisa da empresa e do nosso trabalho”, afirmou.
Informações retiradas na íntegra do site da FENAE