Representação dos empregados das estatais sugere texto substituto da CGPAR 42, mas Sest hesita

Por Douglas Alexandre

Sest sugeriu que os empregados estabeleçam limites na concessão de benefícios das empresas aos trabalhadores. “Se a Sest determinar que a representação estabeleça limites nas negociações, entraremos em um impasse”, afirmou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto

Em reunião realizada nesta quinta-feira (11) no Sindicato dos Moedeiros, no Rio de Janeiro, os representantes dos trabalhadores das estatais apresentaram à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério do Orçamento da Gestão e Inovação (MGI), uma sugestão de texto para a nova resolução que substituirá a CGPAR 42 (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União).

Na redação, a representação dos trabalhadores destacou a livre negociação entre empresas e sindicatos para definir benefícios e direitos dos trabalhadores, respeitando a governança das empresas e a responsabilidade financeira das estatais na concessão dos benefícios. No entanto, a Sest avaliou que a sugestão apresentada deveria incluir limitações importantes às empresas.

Em resposta ao entendimento da Sest, o presidente da Fenae destacou o papel dos sindicatos. “Não podemos aceitar que a Sest assuma um poder normativo de estabelecer o que pode ou não ser negociado entre empresas e sindicatos, muito menos seremos nós a incluir limites sobre custeio de saúde ou promoção por mérito do empregado, por exemplo. Não é papel do movimento sindical colocar travas na resolução”, disse. “Este documento que apresentamos já prevê a responsabilidade dos administradores das empresas, bem como suas instâncias de controle, sobre seus limites de concessão de benefícios. Entendemos que a Sest tem papel de incluir orientações, mas se houver determinação de limites, entraremos em um impasse”, afirmou.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT/RJ), Sandro Cezar, concordou com a opinião de Takemoto. “Não espere de nós, trabalhadores, estabelecer limites. Isso não existe”, destacou. “Precisamos ter o máximo de garantia possível para tentar avançar no processo negocial, para que os sindicatos percebam que realmente existe o direito de negociação entre empresas e sindicatos”, enfatizou.

Diante da reação dos representantes dos trabalhadores, a Sest ponderou que há pontos importantes no texto, mas é necessário estabelecer diretrizes e orientações antes de submeter a redação ao executivo da CGPAR, Ministério da Fazenda e Casa Civil. 
“Foi um dia longo e demos mais um passo nessa luta pela revogação da CGPAR 42 e a construção do novo texto. Hoje era o dia das entidades sindicais apresentarem sua versão, e isso foi feito conforme o prazo estipulado”, avaliou o presidente do Sindicato dos Moedeiros, Roni Oliveira.

De acordo com o calendário estabelecido, a próxima reunião será em 24 de janeiro. Nesta data, o governo apresentará sua versão para que as partes avancem na efetivação da nova resolução, garantindo a livre negociação.

Informações retiradas na integra do site da Fenae

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