O Comando Nacional dos Bancários avalia retorno para homeoffice e necessidade de vacina para categoria que trabalha com público
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários se reuniram nessa segunda-feira (21) para avaliar condições da categoria nesta segunda onda da Covid-19 e os reflexos da pandemia no Brasil e no ramo bancário.
Foi exigido pelas entidades que houvesse, de forma urgente, o retorno do trabalho em casa e a volta de medidas preventivas contra o vírus e sua proliferação. Além disso, foi pedido que os bancários que trabalhem no atendimento, diretamente com o público, tenham o direito de receber a vacina contra o coronavírus de maneira prioritária.
“Foi cobrado o retorno do pessoal ao trabalho presencial feito por alguns bancos. Um exemplo foi o Santander, que fez voltar ao trabalho 70% dos bancários e bancárias dos prédios do Centro Administrativo. Que essas pessoas tenham a possibilidade de voltar para fazer o trabalho de casa. Se pode ter o teletrabalho, por que não fazer?”, questionou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando.
Por outro lado, a Fenaban afirmou que, neste momento, sua única garantia é que quem está trabalhando de homeoffice, continue em casa, e quem está trabalhando presencialmente, também permaneça como está. O Comando não concordou com a decisão e reveja a posição para que os bancários que voltaram ao trabalho presencial, que retomem o teletrabalho. Os representantes disseram que levarão a proposta para discussão.
“Essa mesa pode orientar para os bancos voltarem com as pessoas ao teletrabalho? Os patamares de contágio são mais altos agora do que antes. Tem cidades onde a situação está caótica. Tem gente morrendo esperando leito de UTI. Estamos bastante preocupados com a questão da vacina porque o governo não tomou as iniciativas necessárias. A vacina não pode chegar em 2022. Tem que ser já e para todas e todos”, afirmou Juvandia.
Vacina
A exigência da vacina para quem mexe com o público é uma das principais questões também para a Contraf-CUT. “Como a categoria teve que trabalhar como atividade essencial, pedimos que a incluam na lista. Trabalhadores em atividades essenciais têm que estar nessa prioridade, como os trabalhadores da Saúde, os idosos e portadores de comorbidades. Vamos buscar a solução, cobrar isso do governo “, disse Juvandia.
A coordenadora também lembrou que foi cobrado da Fenaban medidas e protocolos para proteção da categoria frente à pandemia. “Pedimos para acompanhar, educar sobre o uso da máscara, sobre o distanciamento, mas recebemos denúncias de gente demitida porque não usava equipamento de proteção. Não pedimos para demitir, mas para orientar”, criticou.
Banco de horas negativas
Outro questionamento feito pelo Comando foi sobre o banco de horas negativas, pelo período em que bancários permanecerem em casa, para posterior compensação através de horas extras. Pelos acordos, os bancos acumulariam essas horas até 31 de dezembro para uma compensação até 31 de dezembro de 2021. “Queremos discutir a continuidade desses acordos, senão as pessoas que estão em casa vão ter que voltar a trabalhar em janeiro”, ressaltou a presidenta da Contraf. Os representantes da Fenaban informaram que cada banco vai procurar as entidades sindicais para negociar. Garantiram que as horas negativas “não serão usadas como artifício para o retorno ao trabalho” e que “a discussão é para renovar os acordos”.
A Fenaban também apresentou a preocupação de ações e multas aplicadas pelo Procon e Ministério Público para o horário restrito de funcionamento das agências, que prejudicaria a população e estaria contribuindo para concentrar os clientes em aglomerações em horários de atendimento mais limitados. A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, também coordenadora do Comando, lembrou que as agências estão com menor número de funcionários por conta das demissões feitas pelos bancos esse ano, em plena pandemia. “A demora no atendimento aumentou muito quando começaram as demissões e as agências foram muito afetadas”, disse Ivone.
Departamento de Comunicação da APCEF/MG, com informações da Fenae e da Contraf-CUT