Compra pra mim? Como formar jovens poupadores e consumidores conscientes

Por Comunicação APCEF/MG

Especialistas dão dicas para despertar a cultura financeira e previdenciária na infância

“Compra pra mim?” Se você tem filhos, sobrinhos ou netos, certamente já ouviu esta pergunta um monte de vezes. Especialistas afirmam que os primeiros pedidos são o alarme indicando que chegou a hora de ensinar o valor do dinheiro às crianças.  

“Trabalhar a educação financeira requer um envolvimento muito grande da família desde os primeiros anos de vida”, explica Rodrigo Sisnandes, diretor executivo da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).

Isso significa que dinheiro e orçamento doméstico são assuntos de criança sim.  A partir dos 3 aninhos, afirma Sisnandes, os pequenos já são estimulados pela publicidade a consumir e precisam receber limites.  

“Somos educados para consumir e não para poupar”, observa ele, o que acaba afetando a relação que desenvolvemos com o dinheiro ao longo da vida, incluindo decisões financeiras importantes como a aposentadoria.

Comece cedo

Poupar não é simplesmente deixar o dinheiro parado e intocado. “A poupança é o consumo no futuro! Então, ao contrário do que muita gente diz, a poupança não é uma coisa ‘para não ser usada nunca’. Você guarda dinheiro justamente para fazer uso dele mais à frente”, explicam os professores da USP Carlos Eduardo Gonçalves e Bruno Cara Giovannetti no livro Economia na Palma da Mão.

A partir dos sete anos, aponta Sisnandes, “a criança pode ser estimulada a ler conteúdos que falem sobre o assunto e deve ter noção da poupança, gastando, sim, mas também guardando para realizar sonhos futuros. É momento de se trabalhar o consumo consciente”.

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Rodrigo Sisnandes, da Abrapp: “Somos educados para consumir e não para poupar”

Desta forma se inicia a cultura previdenciária, realizando o planejamento de longo prazo. Um material interessante é o guia digital Futuros Poupadores, publicado pela Abrapp em 2020.

“O conteúdo é destinado aos pais e responsáveis pelas crianças e adolescentes, com a ideia de dar dicas de como administrar os recursos familiares e ensinar as crianças a terem uma relação saudável com o dinheiro. Uma criança formada com essa disciplina será um adulto mais pleno”, comenta Laura Jane Lima, coordenadora da comissão técnica.

Seguindo o princípio dos pilares “ganhar, gastar, poupar e doar”, o guia traz sugestões de livros, jogos e estratégias para que pais e responsáveis possam abordar o tema da educação financeira com as crianças, falando a sua mesma linguagem.

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Converse sobre finanças

Na família Férrer, a mãe Lorena conta que o papo sobre finanças começou cedo com os filhos Lara e Enzo, e é constante na casa.

“Desde que eram pequenos falamos sobre cautela, sobre eleger prioridades e, principalmente, não gastar mais do que o que se tem”, diz ela. A ideia é evitar que as crianças levem para a vida adulta os vícios que induzem ao descontrole financeiro.        

Lara, de 10 anos, faz questão de depositar na poupança parte da mesada que recebe dos avós. “Quero deixar o dinheiro na poupança até crescer e comprar o meu apartamento”, planeja Lara. O seu irmão mais velho, Enzo, de 16, já pensa em diversificação. 

“Pedi autorização a minha mãe para manter parte do dinheiro na poupança e, para o resto, buscar outras opções de investimento”. Ele diz que tomou esta decisão ao observar que colocar dinheiro na poupança “era o mesmo que colocar dinheiro embaixo do colchão”, já que o rendimento da poupança anda baixo. 

Estimule bons hábitos

A jornalista Paula Andrade, especializada em educação financeira há mais de 20 anos, decidiu escrever historinhas para crianças quando se deu conta da dificuldade dos adultos em assimilar e colocar em prática os conselhos relacionados à gestão do dinheiro. Muitos desses conselhos já eram conhecidos, mas não incorporados. 

“Percebi que o problema da educação financeira das pessoas não era falta de informação, mas a falta de bons hábitos financeiros. Hábitos esses que devem ser adquiridos na infância”, conta Paula. 

Assim surgiu a turma da dona baratinha, coleção de livros voltados para crianças na fase da pré-alfabetização. O foco principal é formação de hábitos.

“Nesta fase a criança ainda não conhece os números, mas começa a se familiarizar com eles. É o momento ideal para criar comportamentos”.

Fonte: FUNCEF

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