Em meio a campanha salarial, Caixa anuncia lucro líquido recorrente de R$ 6,17 bilhões no primeiro semestre de 2024

Por Douglas Alexandre

Foi o maior lucro líquido semestral recorrente desde o 2º semestre de 2021

A Caixa Econômica Federal divulgou um desempenho financeiro robusto para o primeiro semestre de 2024 (1S2024), com um lucro líquido recorrente de R$ 6,17 bilhões. Esse valor representa um crescimento de 36,6% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado principalmente pelo aumento da margem financeira, que alcançou R$ 30,8 bilhões, uma alta de 6,9% em 12 meses.

Apesar do impacto negativo de R$ 421,6 milhões relacionado ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV), o lucro contábil do banco foi de R$ 5,748 bilhões, marcando um aumento de 27,3% em comparação ao ano passado e de 33,5% no trimestre.

Destaque também para o crédito imobiliário, que apresentou crescimento de 14,8% em 12 meses, totalizando R$ 783,6 bilhões e mantendo uma participação de 68% no mercado. As contratações no primeiro semestre somaram R$ 112,6 bilhões, um aumento de 31,7% em relação ao mesmo período de 2023. A Carteira de Crédito Ampliada cresceu 10,6% em 12 meses, totalizando R$ 1,175 trilhão em junho de 2024.

Durante a apresentação dos resultados, o presidente da Caixa, Carlos Vieira, destacou que o banco financiou 406,4 mil imóveis no semestre, beneficiando 1,6 milhão de pessoas com acesso à moradia própria e gerando mais de 803,9 mil empregos diretos e indiretos.

A Caixa encerrou o semestre com 86.669 empregados, após a criação de 196 postos de trabalho em 12 meses e o fechamento de 125 no último trimestre. Contudo, houve uma redução significativa na base de clientes, com uma perda de 711 mil no ano e 2,9 milhões no trimestre. Apesar de não haver mudança no número de agências, foram fechados 65 postos de atendimento, 31 unidades do Caixa Aqui e 141 lotéricas. 

Loterias e apoio ao esporte – O vice-presidente de Finanças e Controladoria, Marcos Brasiliano, destacou o crescimento de 6,7% na receita com prestação de serviços, com destaque para o desempenho das Loterias, que arrecadaram R$ 12,3 bilhões no primeiro semestre, um aumento de 19%. Deste valor, R$ 4,8 bilhões foram destinados a áreas sociais, como seguridade, esporte e educação. A Caixa ressaltou que um terço das medalhas conquistadas pelo Brasil nas Olimpíadas de Paris vieram de esportes patrocinados pelas Loterias da Caixa.

Diante desses números, Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), criticou novamente a transferência das loterias para a subsidiária Caixa Loterias. 

“Não podemos ser coniventes com uma decisão que pode prejudicar não apenas o banco, mas a população brasileira. No balanço apresentado, a Caixa anunciou o investimento de R$ 124 milhões em modalidades esportivas patrocinadas pelas loterias e pelo banco. Isso demonstra a importância fundamental das loterias não só com olhar para esporte de alto rendimento, mas como o incentivo ao esporte para mudar a realidade de tantas crianças e jovens deste país. E essa é apenas uma área beneficiada, entre outras tantas que a arrecadação das loterias proporciona, como educação e seguridade social”, afirmou Takemoto.

Benefícios sociais – No acumulado de 2024, a Caixa pagou R$ 211,5 bilhões em benefícios sociais, dos quais R$ 81,1 bilhões foram destinados ao Bolsa Família, beneficiando 21,7 milhões de famílias. O programa Pé-de-Meia recebeu R$ 2,2 bilhões, alcançando 2,8 milhões de alunos, com previsão de mais 1 milhão de novos estudantes até o final do ano.

Campanha salarial – A divulgação dos lucros ocorre em meio à campanha salarial. Durante a 9ª rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, realizada em 21 de agosto, a proposta de reajuste apresentada pelos bancos, de 85% do INPC, foi rejeitada pelo Comando. “Com os lucros bilionários anunciados pela Caixa e outros bancos, não aceitaremos propostas que impliquem perda salarial para os trabalhadores,” enfatizou Takemoto. Segundo cálculos do Dieese, o ajuste proposto resultaria em uma perda de 0,57% na remuneração dos bancários, colocando o reajuste da categoria entre os piores em comparação com os 8.810 ajustes realizados em 2024.

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Informaçõs retiradas na íntegra do site da Fenae

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