Bancários questionam Fenaban sobre demissões e fechamento das agências

Por Comunicação APCEF/MG

A defesa do emprego foi o tema das negociações desta quinta-feira, 6, entre o Comando Nacional dos Bancários e representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Foi a segunda rodada de negociações, feita por videoconferência. O debate se dá em meio à redução dos postos de trabalho.

De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, de janeiro de 2013 a dezembro de 2019 os bancos fecharam 70 mil postos de trabalho, o que equivale a uma redução de cerca de 14% da categoria. Sendo que 51 mil postos foram cortados só entre 2016 e 2019. Entre as reivindicações apresentadas estão a manutenção dos empregos e a suspensão das demissões.

Mesmo após o acordo entre o Comando Nacional e a Fenaban, no início da pandemia, para a suspensão das demissões no período, os bancos demitiram. O campeão das demissões foi o Santander que, no segundo trimestre deste ano, demitiu 844 bancários.

“Queremos que os bancos respeitem os trabalhadores e que tenham responsabilidade, já que mesmo durante a pandemia e em meio ao processo de negociação com a categoria, houve demissões. Não há justificativa para que bancos que lucram tanto continuem demitindo. Por isso, cobramos a garantia do emprego e que as demissões sejam suspensas”, afirmou o presidente do Sindicato, Ramon Peres, que integra o Comando Nacional dos Bancários.

Em 2012, a categoria bancária era composta por 513 mil trabalhadores, número que caiu para 453 mil em 2018, principalmente após um longo processo de cortes no governo Temer.

Agências fechadas

Foi apresentada também aos representantes da Fenaban a questão do fechamento de agências bancárias. “De dezembro de 2019 até junho deste ano, foram fechadas no país 558 agências bancárias. Nos últimos 12 meses, tem uma média mensal de 100 agências fechadas. Agências são fechadas na pandemia, quando a população mais precisa. É também um impacto para o emprego e para a economia. O desemprego atinge também os seguranças, o pessoal da limpeza”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional.

Falta emprego para 31,9 milhões de brasileiros, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trimestre terminado em junho deste ano, taxa mais elevada na série histórica iniciada em 2012. O desemprego cresceu 13,3% e o contingente de desempregados, que é de 12,8 milhões. Mas o contingente é muito maior, se forem considerados os 19 milhões que deixaram de procurar trabalho, muitos impactados pela própria pandemia que restringe a procura.

Digitalização

Os representantes da Fenaban argumentaram que a redução do número de agências tem de levar em conta uma mudança na cultura dos clientes que, diante da pandemia, passaram a usar mais o atendimento digital.

Os trabalhadores argumentaram, porém, que a pandemia mostrou outra realidade. Para as entidades representativas da categoria, as agências são necessárias e há ainda uma grande exclusão de pessoas que estão fora do sistema bancário, que não têm acesso à internet, não têm celular e nem computador em casa. Estas pessoas recorrem às agências.

Os representantes da Fenaban pediram um tempo para discutir as propostas apresentadas nesta quinta-feira. Disseram que vão reunir representantes dos bancos, na semana que vem, para avaliar as propostas dos bancários sobre defesa do emprego.

“Hoje, introduzimos esse tema na negociação, que já tinha uma importância antes da pandemia, mas ficou maior ainda. O número de pessoas desempregadas é gigantesco. O Brasil está sofrendo um problema sério e os bancos precisam contribuir com sua parte. Não dá para fechar agências e, quanto às novas tecnologias, queremos que os trabalhadores sejam realocados e requalificados”, afirmou Juvandia.

Veja as datas das próximas negociações

  • 11 de agosto – Saúde e condições de trabalho
  • 13 de agosto – Igualdade
  • 14 de agosto – Cláusulas Sociais
  • 18 de agosto – Cláusulas Econômicas

Fonte: bancáriosbh.org

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