Bancos têm lucro, mas demitem trabalhadores

Por Comunicação APCEF/MG

Denúncia foi feita pela Contraf-CUT que mostra o descumprimento, por essas instituições, do compromisso firmado com a categoria de não demitir na pandemia.

Mesmo registrando lucros no primeiro semestre, grandes bancos privados como Santander, Itaú e Bradesco têm descumprido compromisso firmado com a categoria dos bancários e promovido demissões. Só o Santander, desde o início da pandemia já demitiu mais de mil trabalhadores. Outras 400 demissões foram feitas pelo Itaú. Como se isso não bastasse, o Bradesco anunciou nos últimos dias que também vai demitir. Os bancos lucram com as ações do governos mas demitem e diminuem ainda mais a base de consumo.

Esse alerta chamou a atenção de toda a categoria e está sendo criticado por sindicatos e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). De acordo com a presidente da entidade, Juvandia Moreira, “esses bancos estão em boa situação financeira, muito melhor do que outras empresas, mais atingidas pela crise sanitária. E mesmo assim passaram a eliminar postos de trabalho”. 

O mais grave, conforme denunciou a dirigente, é o fato de tais instituições adotarem tal postura depois de terem firmado um acordo de não promoverem demissões durante a pandemia. “A pandemia ainda não acabou”, ressaltou Juvandia. 

Segundo o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal(Fenae), Sergio Takemoto, a Fenae se solidariza com a mobilização da Contraf-CUT e condena a prática dos bancos privados. “Essas demissões acontecem porque o Executivo não tem compromisso com os trabalhadores. Em outros países, o Governo Federal não deixaria empresas lucrativas demitirem”, frisou ele.

Maior da América Latina

Conforme informações da Contraf-CUT, no caso do Bradesco, a instituição financeira foi a companhia aberta que registrou os maiores lucros da América Latina nesse primeiro semestre: cerca de R$ 7 bilhões. Já o Itaú teve lucro de R$ 24,5 bilhões no mesmo período. O banco doou R$ 1 bilhão na pandemia, mas por outro lado, resolveu demitir. “Será que a ajuda era só marketing?” Questionou Juvandia, ao destacar a incoerência e o fato de que manter empregos neste período também é contribuir para o combate à pandemia.

Por parte do Santander, cuja margem de lucratividade não foi divulgada, a presidente da Contraf destacou que se trata de uma empresa que “tira do Brasil seu maior lucro no mundo”. O Santander demitiu mil bancários e seus balancetes registram que o lucro obtido no país representa 32% de todo seu lucro mundial. 

Campanhas e mobilização

A Contraf-CUT divulgou que cobra a suspensão das demissões e continua com a campanha para denunciar a quebra de compromisso dos bancos de não demitir durante  este período de crise sanitária no país. A entidade está articulando várias campanhas contra as demissões que já vêm acontecendo em cada banco. Também se programa para organizar manifestações e ações pelas redes sociais, com o objetivo de mostrar que demissões não combinam com os bons resultados financeiros dos bancos em 2020.

Fonte: www.fenae.org.br

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