Os empregados da Caixa Econômica Federal são veementemente contrários à Medida Provisória (MP) 995, editada pelo governo federal na última sexta-feira, 7 de agosto, para permitir que a CAIXA abra o capital das suas subsidiárias, entre elas a de seguros e cartões.
A MP encaminhada ao Congresso – assinada pelo presidente e pelo ministro Paulo Guedes (Economia) – autoriza as subsidiárias do banco público a incorporar ações de outras sociedades empresariais e a aquisição do controle societário ou participação minoritária em empresas privadas.
A MP visa subsidiar Caixa Seguridade, quarto maior grupo segurador do país, e Caixa Cartões, voltada para o setor de meios de pagamento. A ideia é que a CAIXA continue societária nesses negócios embora a modelagem ainda não esteja definida.
Para Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), esta é mais uma tentativa de enfraquecimento do banco público. “Nossa luta histórica é pela CAIXA 100% Pública. Somos contrários a qualquer tipo de venda que possa enfraquecer a nossa instituição, que é uma das mais importantes para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou.
O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, revelou que as entidades estudam medidas cabíveis para impedir que o governo faça a privatização da CAIXA.
A Conselheira de Administração da CAIXA, Rita Serrano, ressaltou que, na verdade, isso já vinha sendo feito, e que questionava no CA que não havia legislação que autorizasse, o que agora lamentavelmente ocorre com a MP. “Estão legalizando um processo que já acontece. A CAIXA criou subsidiárias nas áreas de cartões e loterias, anunciou que na de seguros será a primeira a ser feito IPO, inclusive já comunicando o mercado; quer criar em DTVM e fala em um banco digital”, explicou.
Ela compara essas manobras à venda de um carro do qual não se tem o documento que autorize a transferência: vai sendo vendido aos pedaços, por partes, restando apenas a sucata. E isso, aponta, em plena pandemia, quando nações como Alemanha e Canadá, por exemplo, usam as instituições públicas para tentar reconstruir o país.
Fonte: www.bancariosbh.org.br