Representações dos trabalhadores cobram da direção da Caixa explicações sobre instabilidade de sistemas

Por Comunicação APCEF/MG

Problemas ocorridos nos últimos dias causaram transtornos aos empregados e aos clientes do banco

Nos últimos dias, clientes da Caixa têm enfrentado dificuldades para acessar o Internet Banking e aplicativos do banco. Além dos transtornos aos usuários, o problema gerou aumento de pessoas nas agências, justamente no momento em que o país passa pelo agravamento da pandemia e quase colapso do sistema de saúde em vários estados. Só nas últimas 24 horas foram registradas mais de 2.300 mortes no Brasil.  Nesta quinta (11), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Sistema Financeiro (Contraf/CUT) e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) encaminharam ofício à direção do banco solicitando explicações sobre a instabilidade dos sistemas.

O assunto também foi incluído na pauta da negociação que os trabalhadores terão com o banco na próxima terça-feira (16). “Queremos debater formas de melhorias nos sistemas, para evitar problemas de lentidão e dificuldades de acesso como os ocorridos nos últimos dias e que os empregados não sejam responsabilizados por problemas decorrentes de falhas tecnológicas”, destaca a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e diretora da Contraf/CUT, Fabiana Uheara.

No ofício, as representações dos empregados destacam que a instabilidade não só prejudica o trabalho dos bancários da Caixa, como também a imagem do banco. No documento, Contraf/CUT e CEE relatam que os próprios empregados tiveram dificuldades para acessar os sistemas corporativos.

Direção do banco é a responsável

Na avaliação das representações dos trabalhadores, a responsabilidade é da direção da Caixa, que vem realizando uma reestruturação danosa ao banco. “A gestão transferiu pessoas da área de tecnologia para outras áreas, preponderantemente para as agências, e obrigando muitos trabalhadores com tempo de aposentadoria a se aposentarem. Tanto na TI quanto em outras áreas específicas da Caixa estamos perdendo conhecimento”, alerta o diretor da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Dionísio Reis.

Para ele, este é mais um fator que mostra indícios de sabotagem da gestão pública. “Para o recebimento do auxílio emergencial, as pessoas foram forçadas a usar um sistema que deu diversos problemas. Ao invés de ouvir os próprios empregados que estavam falando como deveria ser feito, a gestão resolveu fazer da forma mais complicada e colocou a população contra a Caixa”, ressalta Dionísio Reis.

Dionísio Reis lembra que a Caixa chegou a ser o terceiro maior banco do país em ativos e serviu para fazer a regulação do sistema financeiro, com a redução das taxas de juros. “Hoje, a Caixa e os demais bancos públicos, estão inofensivos para o sistema financeiro, muito pelo desinvestimento que vem sendo feito”, complementou Dionísio Reis.

Para o representante da CEE/Caixa e presidente da Associação do Pessoal da Caixa de São Paulo (Apcef/SP), Leonardo Quadros, os problemas no sistema prejudicam a imagem do banco, porque dá a impressão de que a empresa está sucateada, afetando-a do ponto de vista negocial. Traz também reflexo negativo à saúde dos empregados e clientes por conta das filas e aglomerações geradas.

“É preocupante que a resposta oferecida pela Caixa não seja reconhecer o problema e apontar que a empresa está trabalhando para buscar solução. A quem pode servir esse negacionismo, que, inclusive, contribui para reduzir a credibilidade da empresa?” questionou Leonardo Quadros.

Caixa Tem

Apesar da política de desmonte da Caixa, adotada pela gestão Pedro Guimarães e pelo Governo Bolsonaro, os empregados do banco têm sido essenciais na pandemia da Covid 19.  Criaram em tempo recorde o Caixa Tem, aplicativo usado para pagar o auxílio emergencial a quase 67 milhões de brasileiros.

Para as entidades representativas dos bancários da Caixa não tem sentido que os sistemas da Caixa passem por instabilidades, prejudicando a sua imagem e os seus trabalhadores.

Fonte: site Fenae

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