Fenae rejeita retirada de direitos na proposta de equacionamento e indica voto NÃO à consulta

Por Douglas Alexandre

Live promovida pela entidade reúne debatedores que criticam a proposta da Funcef, destacando riscos de retirada de direitos e a necessidade de inclusão dos participantes na construção de alternativas

A Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) promoveu, nesta quinta-feira (19), uma live para discutir a proposta de equacionamento apresentada pela Funcef (Fundação dos Economiários Federais) e a Caixa. A entidade, juntamente com seus parceiros, posicionou-se firmemente contra a proposta, ressaltando a retirada de direitos dos participantes do plano REG/Replan Saldado e defendendo alternativas que possam preservar os benefícios sem prejudicar os trabalhadores e aposentados da Caixa.

Sergio Takemoto, presidente da Fenae, destacou que a diretoria da entidade, assim como os participantes, é favorável à redução do equacionamento, mas contrária a qualquer medida que retire direitos. Ele lembrou que a Fenae tentou, sem sucesso, incluir as entidades no Grupo de Trabalho entre Funcef e Caixa para discutir uma proposta mais justa, com acesso transparente aos dados e prazos definidos. “Uma outra proposta era possível, mas não fomos atendidos. Por isso, somos contrários a essa proposta apresentada pela Caixa e Funcef. Queremos que todos os participantes do plano participem da consulta pública, mas que votem ‘não’, para que a gente construa uma nova opção que não retire direitos”, ressaltou.

Leonardo Quadros, diretor de Saúde e Previdência da Fenae, também presente na live, fez um histórico da proposta atual e enfatizou que ela não atende às expectativas dos participantes. Ele criticou o fato de Funcef e Caixa não terem incluído as entidades representativas nas discussões. “Queremos a redução da contribuição extraordinária, mas sem mexer nos benefícios concedidos, que são direitos por lei. Outra proposta, mais favorável aos participantes, é possível com a devida participação dos interessados”, pontuou.

Eliane Brasil, representante da Contraf/CUT e da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), também lamentou a exclusão das entidades representativas nas negociações com a Funcef e Caixa. Ela reforçou a importância de se criar uma mesa permanente de negociação e garantir que os trabalhadores ativos e aposentados sejam ouvidos, destacando o empenho em proteger os direitos conquistados ao longo dos anos.

Jair Pedro Ferreira, diretor de Benefícios da Funcef, lembrou conquistas anteriores, como a melhoria no saldamento em 2006, e frisou a importância da participação ativa dos 53 mil participantes do REG/Replan Saldado no processo de consulta da Funcef. Segundo ele, graças à insistente discussão da Fenae e outras entidades, como Contraf-CUT e Anapar, a meta atuarial deverá ser ajustada, passando de 4,5% para 4,85%, “sem comprometer a política de investimentos da Fundação. Mas há outros temas cruciais em debate, como o contencioso. A redução das contribuições extraordinárias é o principal objetivo e o envolvimento dos participantes é fundamental para o sucesso dessas negociações”, destacou.

Francisca de Assis, diretora da Fenae participou da live como representante dos aposentados da Caixa. Ela trouxe a perspectiva dos aposentados e questionou os impactos reais da proposta para aqueles próximos da aposentadoria. Ela ressaltou que a Funcef não tem autonomia para modificar benefícios sem um amplo debate e criticou a falta de clareza sobre as vantagens prometidos pela nova proposta. “Nós já fizemos uma pesquisa e a maioria dos aposentados respondeu ser contra o alongamento do prazo de equacionamento”, afirmou, pedindo maior transparência nos dados e estudos apresentados pela Funcef.

Takemoto, ao final, reforçou o caráter mutualista do fundo e a importância de todos os participantes se manifestarem contra a proposta atual para que se possa construir uma alternativa que não retire direitos. “Não podemos aceitar que Caixa e Funcef decidam sobre o nosso futuro sem nossa participação”, concluiu.

Leonardo Quadros, nas considerações finais, alertou que, caso a proposta seja aprovada, os participantes trocarão uma renda vitalícia por uma contribuição temporária. Ele reforçou que a única forma de evitar a retirada de direitos é rejeitar a proposta, permitindo que novas negociações possam avançar em benefício dos participantes.

Durante a live, a Fenae fez uma enquete para saber a opinião dos participantes sobre a proposta. Até o final da live, 71% responderam contrariamente à proposta. Para assistir a transmissão completa acesse no canal do YouTube da Fenae

Acesse aqui o material impresso da Fenae, Contraf-CUT e Anapar, produzido para esclarecer a proposta e alertar sobre os riscos de perda de direitos. 

Informações retiradas na íntegra do site da Fenae

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