Infectologista defende terceira dose para idosos e imunodeprimidos

Por Carolina Marçal

Para Julival Ribeiro, da Sociedade Brasileira de Infectologia, importante é garantir a maior cobertura vacinal, a melhor arma contra mortes e internações em UTIs

Com a ameaça de novas variantes da Covid 19, vários países anunciaram a aplicação da dose de reforço da vacina. Alguns países como os EUA pretendem vacinar novamente toda a população, enquanto outros, como o Chile, pretendem vacinar a partir dos 55 anos. O Ministério da Saúde anunciou que a partir de 15 de setembro os estados receberão vacinas para aplicar nos idosos acima de 60 anos e nos imunossuprimidos. 

Infectologista com atuação no Hospital de Base de Brasília, o médico Julival Ribeiro entende que diante do quadro da pandemia no Brasil, com a variantes Delta se espalhando muito rapidamente, é importante garantir a proteção dos grupos mais vulneráveis. “Entendemos a posição da OMS (Organização Mundial da Saúde) de que antes da terceira dose ou dose de reforço nos países ricos devia se garantir aos países pobres a vacinação primária. No entanto estudos mostram que após seis meses a efetividade da vacina cai um pouco a cada mês e acreditamos que em países como o Brasil é possível ministrar uma terceira dose em grupos de risco, sem comprometer a vacinação em massa”, afirmou.  

Julival lembra que o processo de envelhecimento envolve um declínio das funções imunológicas denominado de imunossenescência, que é uma maior suscetibilidade às infecções respiratórias, neoplasias e doenças cardiovasculares e justifica o reforço nos maiores de 60 anos. 

 “Está cada vez mais claro, pela redução expressiva no número de mortes a partir do momento em que aumentamos a cobertura vacinal, que a vacina é a nossa melhor arma contra mortes e internações em UTIs e quanto maior o número de vacinados, mais protegida toda a sociedade. É importante que consigamos manter acelerado o ritmo agora e ao mesmo tempo garantir o reforço para os idosos, os pacientes com câncer, com HIV ou em uso de imunossupressores e mais para frente para os profissionais de saúde”, defende ele. O Ministério da Saúde divulgou que até o dia 31 de agosto deste ano 80% da população adulta havia sido vacinada com a primeira dose e que a meta é completar o ciclo de todos os brasileiros adultos até o fim de outubro. 

O infectologista ressalta que é fundamental combater as notícias falsas sobre as vacinas e incentivar todos que podem a se vacinar: “a vacina é segura, é uma das maiores descobertas para a humanidade e evitam mortes, internações e mesmo sequelas graves, que hoje cada vez mais são relatadas por quem já teve a doença em sua forma mais grave. Sua ampliação e a manutenção dos cuidados com o uso de máscaras e para evitar aglomerações são as ações que estão ao nosso alcance”, afirmou.  

Passaporte de vacinação 

Ele considera acertada a decisão de alguns estados e municípios de exigir o chamado “passaporte de vacinação” para que as pessoas possam frequentar locais fechados. “Se a pessoa não quer se vacinar, ela vai ter que ficar em casa, pois as outras pessoas também têm o direito de não se exporem a riscos”, entende.  

Em alguns casos como no município de São Paulo, o passaporte da vacina está valendo desde o dia 1° de setembro e prevê que o setor de eventos como shows, feiras, congressos e jogos, com público superior a 500 pessoas, deverão solicitar, para permitir acesso ao local, o comprovante de vacinação contra Covid-19. O cidadão poderá acessar o passaporte por meio de um aplicativo (e-saúdeSP). No Rio, a prefeitura anunciou que o comprovante será exigido a partir do dia15 de setembro para locais de uso coletivo, como academia, estádios, cinemas, teatros e museus.

Informações retiradas na íntegra do site da FENAE

Gostou do post? compartilhe com seus amigos:

WhatsApp
Facebook
LinkedIn
Email
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *