Dia Nacional de Luta em defesa do Saúde Caixa reivindica respeito aos direitos e conquistas dos empregados

Por Douglas Alexandre

Manifestações cobraram a retomada das negociações para a renovação do acordo específico do plano de saúde, cuja versão atual é válida até o fim do ano

Nesta segunda-feira, em 30 de outubro, a mobilização das empregadas e dos empregados da Caixa Econômica Federal em defesa do Saúde Caixa ocorreu em dia histórico para o movimento nacional do pessoal do banco público e para a categoria bancária. Isto porque, em 30 de outubro de 1985, houve uma greve nacional de 24 horas que conquistou o direito de as trabalhadoras e os trabalhadores da Caixa serem reconhecidos como bancários, passando a usufruir da jornada de trabalho de seis horas e do benefício da sindicalização. Essa paralisação nacional chegou a ter 100% de adesão em alguns locais.  
 
Tendo como referência a greve das seis horas, que completa 38 anos e foi o primeiro movimento de alcance nacional da história do banco público, empregadas e empregados realizaram nesta segunda-feira (30) mais um Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa, agitando agências, departamentos administrativos e demais unidades. Ocorreram atividades dentro das unidades organizadas pelas entidades sindicais e associativas, além de postagens nas redes sociais e retardamento de abertura do expediente, em algumas situações.

Um dos destaques foi o tuitaço, das 11h às 12h, com a categoria utilizando a hashtag #QueremosSaúdeCaixa, seguido de marcação do banco (@Caixa) em cada postagem. Nas ações realizadas nas agências e unidades, muitas trabalhadoras e trabalhadores usaram roupas brancas, para simbolizar a mobilização por um Saúde Caixa forte, de qualidade e com a manutenção de premissas como o pacto intergeracional e a solidariedade.     
  
Assim como na mobilização do último dia 17 de outubro, as trabalhadoras e os trabalhadores fizeram manifestações em protesto contra a imobilidade do banco nas negociações para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho do Saúde Caixa, uma conquista histórica que resulta de um longo processo de mobilização e se consolidou como direito no ACT de 2004. O objetivo deste ato foi o mesmo do realizado em 17 passado: chamar a atenção sobre os riscos que os planos de saúde de autogestão por RH seguem sofrendo, como é o caso do Saúde Caixa.  
 
Sempre em defesa do Saúde Caixa, protestos foram realizados nas capitais e nas principais cidades do interior. Diretores e conselheiros da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) participaram dessas manifestações. 

Há registros de atos realizados em São Paulo (capital e interior), Distrito Federal, Minas Gerais (agência Carmo Sion – bairro Savassi/Belo Horizonte e Divinópolis), Rio de Janeiro (capital e interior), Paraná, Pernambuco (agência Conde da Boa Vista/Recife), Piauí, Santa Catarina (Florianópolis e Blumenau), Ceará (agência Iracema/Fortaleza) e outras localidades.   
 
Na manifestação da agência Sé, em São Paulo/capital, o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, marcou presença e dirigiu a palavra ao pessoal da unidade: “Neste Dia Nacional de Luta, é fundamental a participação das empregadas e dos empregados da Caixa de todo o país na defesa do Saúde Caixa. O nosso plano de saúde está sendo atacado e precisamos garantir saúde digna para todos, preservando nossos direitos. Não podemos permitir a destruição de uma conquista”, reiterou durante o ato paulista.  
 
Na agência Sé, Sergio Takemoto não deixou margem para dúvida: “Estamos aqui, o Sindicato dos Bancários, a Associação do Pessoal da Caixa e a Fenae em defesa dos nossos direitos, como é o Saúde Caixa, que é uma das nossas conquistas”. Ainda em São Paulo, também participaram dos atos Leonardo Quadros, diretor de Saúde e Previdência da Fenae e presidente da Apcef/SP, e Rafael de Castro, diretor de Esportes.

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Em Minas Gerais, a manifestação realizada na agência Carmo Sion – bairro Savassi, em Belo Horizonte, contou com a participação de Cardoso, vice-presidente da Fenae.   
 

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No Paraná, o ato em Curitiba foi prestigiado por Antônio Luiz Fermino e José Megume Tanaka, respectivamente, diretor-executivo e diretor da Região Sul da Fenae.

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No Piauí, o Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa teve a participação de Francisca de Assis Araújo Silva, membro do Conselho Fiscal da Fenae.   

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No Distrito Federal, o ato do edifício-sede da Matriz I teve a participação registrada de José Herculano do Nascimento Neto, o Bala, presidente do Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Fenae e presidente da Apcef/DF. 

Situação do Saúde Caixa 
 
 
O Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa, tanto o de 17 de outubro quanto o do dia 30, é um registro de que a mobilização por um plano de saúde para todos e para todas é fundamental, cabendo aos trabalhadores continuarem a pressionar e a se organizar para assegurar melhorias. O Saúde Caixa opera como um plano de autogestão por RH. Logo, é vital a Caixa ser mais responsável para viabilizá-lo de maneira mais sustentável. Medidas urgentes são a retirada do teto estatutário de 6,5% da folha de pagamento e a manutenção do modelo de custeio 70/30 da coparticipação (70% para o banco e 30% para os trabalhadores).   
 
As entidades representativas lutam para que o Saúde Caixa seja viável para todos os usuários, sejam da ativa ou aposentados. Outra reivindicação fundamental é o fim da cobrança por faixa etária, cuja existência implode duas das principais premissas que sustentam até hoje o plano de saúde: o pacto intergeracional e a solidariedade. Reivindica-se também a melhoria e ampliação da rede credenciada.  
 
O principal entrave nas negociações sobre o Saúde Caixa é a insistência do banco na manutenção do teto de 6,5% da folha de pagamento para reduzir percentual de custeio do plano de saúde. Esse “entulho autoritário” defendido pelo banco causa aumento médio de 85% nas contribuições das empregadas e dos empregados. Resultado direto disso será a expulsão compulsória de milhares de trabalhadoras e trabalhadores do plano de saúde, em sua maioria aposentadas e aposentados, a exemplo do que ocorreu em outros estatais que passaram por situações semelhantes de desmonte em passado recente.  
 
Uma coisa é certa: em meio às negociações para renovação do acordo aditivo do plano de saúde, a realização de uma grande mobilização nacional aponta para a valorização e para o respeito aos direitos das empregadas e dos empregados. O ACT, o Acordo Coletivo de Trabalho, tem vigência até 31 de dezembro deste ano.

Informações retiradas na íntegra do site da Fenae

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