Contratações de empregados na Caixa são insuficientes

Por Comunicação APCEF/MG

Em 2014, eram cerca de 101 mil empregados. No decorrer destes seis anos, o banco perdeu quase 20 mil trabalhadores

A Caixa contratou cerca de 300 empregados do concurso de 2014 no início de maio, mas o número está longe de ser o ideal, segundo apontam as entidades representantes da categoria. Os novos empregados estão atuando na região Norte e Nordeste. Enquanto isso, as outras regiões ainda aguardam suas demandas por pessoal serem atendidas. Houve ainda a contratação de cerca de dois mil empregados realizada mediante determinação judicial. Nos últimos anos, a Caixa perdeu mais de 20 mil empregados em todo o país, principalmente por meio dos Programas de Demissão Voluntária (PDVs).

Em 2014, o banco público chegou a ter 101 mil empregados. No Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015, a direção do banco se comprometeu a realizar mais duas mil contratações. De acordo com os dados do banco, no 1º trimestre de 2020 eram pouco mais de 84 mil trabalhadores. Em doze meses, o banco fechou 713 postos de trabalho (apesar do acréscimo de 47 postos na comparação com o último trimestre de 2019).

A demanda para aumentar o contingente de trabalhadores do banco é uma reivindicação constante das entidades que representam a categoria. “Para nós sempre é positivo a contratação de novos empregados. Mas precisamos muito mais. A Caixa perdeu 20 mil empregados e não houve reposição. Então esse número ainda é muito pouco”, afirmou o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto.

Ainda de acordo com Takemoto, a falta de pessoal ficou evidenciada pela pandemia. As filas formadas nas agências da Caixa exigiram muito dos empregados, que fizeram um grande trabalho. ” A falta de empregados compromete a qualidade do atendimento à população, especialmente em momentos de crise como o que estamos vivendo agora”, reforçou.

O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis, destaca que a contratação é resultado da luta das entidades. “Com a nossa mobilização conseguimos manter esse concurso que já deveria ter vencido em 2016. Tem regiões no país que tem uma demanda grande e tem um número reduzidíssimo de contratações”, afirmou o coordenador.

Ainda segundo Dionísio, será preciso muito mais contratações para que a Caixa consiga superar o alto número de redução de trabalhadores. “Essa redução tem um impacto na ponta. Os empregados com sobrecarga de trabalho e a população sofrendo com as filas”.

A representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, destaca um lado positivo, a Caixa contratou mesmo durante um período difícil da economia. Porém, ela ressalta que isso aconteceu graças a grande pressão das entidades e do movimento sindical.

“Mesmo esse número sendo insuficiente perto da demanda, a Caixa foi a única empresa que em meio a pandemia contratou trabalhadores. Não apenas empregados concursados, mas ela contratou quase cinco mil vigilantes e em torno de 400 recepcionistas. Em meio a todo esse caos, claro, por conta da grande pressão sindical e social, a Caixa foi obrigada a contratar”, ressaltou Rita.

A Fenae e demais entidades seguem atuando para que os concursados de 2014 sejam chamados para retomar a recomposição do quadro de empregados proporcionando assim um atendimento mais adequado ao tamanho da demanda do banco público.

Fonte: fenae.org.br

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